Direcção da FPH demite-se em bloco devido a actos de violência

A Federação Portuguesa de Hóquei (FPH) tomou uma posição de força na passada Quarta-Feira, ou seja, toda a direcção demite-se em bloco, por causa da violência que tem "marcado" os últimos jogos do Campeonato Nacional.

O Presidente da FPH, Pedro Sarmento, já entregou a carta de demissão a José Eduardo Pinto da Costa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Em declarações ao jornal O NORTE DESPORTIVO, Sarmento sublinha que não está "interessado" em manter-se "numa modalidade em que os melhores jogadores se envolvem em pancadaria por tudo e por nada", acrescentando que tudo isto "é inconcebível" e que ele e a sua direcção vieram "para ajudar a modalidade a crescer, mas há gente que não quer". Sendo assim, a direcção "abandona o barco" e agora "venham essas pessoas que tanto criticam" e não sabem bem o que querem pois "todos os fins-de-semana" andam à pancada.

O Presidente da FPH declara também que pensava que estava "no bom caminho" mas "no entanto, parece que não", revelando ainda que pediu ajuda a "pessoas válidas que não eram do Hóquei" e que estas também "não percebem como é que estas coisas acontecem. Como não é possível levar a família a um jogo de Hóquei".

No entanto o professor universitário, salvaguarda que nem todas as pessoas do Hóquei são más: "É preciso salientar que nem toda a gente que está no Hóquei são como estas pessoas. Talvez sejam poucas e talvez não estejam nas posições que deveriam, mas é necessário que se sublinhe isto. Há muita gente que pensa como eu, mas há meia dúzia de fulanos que acham que o Hóquei é o conjunto das piores pessoas da Sociedade".

O dirigente confirmou que a sua posição mantém-se, apesar de saber que esta situação vai prejudicar o futuro do Hóquei em Campo português porque a partir de ontem "esta direcção não irá contratar treinadores, não irá definir qualquer estratégia, não vai tentar conseguir mais patrocínios. Tudo o que estava a ser trabalhado será parado, como é exemplo a organização do Europeu de Lisboa, em Setembro de 2007".

Pedro Sarmento mostra ainda, tristeza por não terminar o seu projecto: "Estou triste e amargado por não conseguir atingir os meus objectivos. Com mais ou menos esforço estávamos a conseguir mudar o Hóquei português. No entanto, estes últimos dois meses mostraram que afinal isso não é verdade. Qualquer modalidade não pode funcionar com registos de violência deste tipo, muito menos o Hóquei em Campo, uma modalidade onde a boa conduta é privilegiada".

"Não aceito esta forma de estar e não quero ser responsável por este tipo de pessoas", concluiu o presidente demissionário da FPH.


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"